terça-feira, 28 de abril de 2009

Definitivamente, não funciona dessa maneira.


- Os dias vão se passando, conseqüentemente vamos envelhecendo, amadurecendo com o tempo. Maturidade, responsabilidade e bom senso, não vem com o tempo, já nascemos de caráter formado, desde o berço já podemos destingüir quem tem a cabeça no lugar das laranjas podres.
Coisas como essas não se ganham, não se adiqüirem, podem tentar, treinar, mais pessoas que não tem essas tais qualidades, não verão sucesso em suas tentativas de ser mais um babaca anormal com a cabeça no lugar.
Sentimentos não podem ser comprados em nenhum supermercado, os verdadeiros, dificílmente são achados, difícil mesmo é ter que ver gente se desfazer de seus 'sentimentos', muita gente finge que tem isso, muita gente se engana pensando isso, sentimentos verdadeiros são duradouros, não se esvaem, é tão raro ver algo desse tipo, acontece uma vez a cada mil anos, com apenas alguns privilegiados .
Hoje eu estava na fila do banco pela manhã, fiquei quarenta minutos de pé, não contente de estar lá, comecei a escrever no meu caderno, deu vontade de escrever sobre o quanto as pessoas dificultam coisas tão fáceis, quantos casos e descasos de cada um, fazendo com que atrapalhe todo o conjunto. Ao meu lado estava um senhor, muito bem vestido, cabelos penteados com brilhantina, sua aparência era impecável, ele olhava para todas as mulheres que estavam lá, com pinta de galã, com aquele ar de bom moço que por trás daquele olhar bem intencionado não passa de mais um conquistador barato. Ele olhava fixadamente para o que eu estava escrevendo, abri o caderno, desdobrando-o, ele perguntou sobre o que eu escrevia ali, respondi, passagens da minha vida, coisas que vejo e sinto, cada registro de tudo o que acontece comigo, ele perguntou se era um diário, Não, não é um diário! Ele me pediu desculpas, eu não quis ser ríspido, mais quem tem diário são garotas, é um tanto ilógico e estranho um garoto ter um diário. Curiosíssimo, pediu para ler a página do lado, com a consciência pesada de ter respondido ele daquele jeito, permiti que ele olhasse, mais na minha mão. Enquanto eu escrevia ele começou a olhar atentamente á outra página, leu duas ou três vezes, fica meio incompreensível ler sobre o amor se você não o sente, ele começou a perguntar sobre aquilo que eu tinha escrito na outra página, minha mãe me diz que as coisas que podemos ensinar aos outros tem que ser passadas a frente, conhecimento, tanto de coisas boas como as ruins, enfim, comecei a falar, falar, falar...
Após cinco minutos de conversa, conversa não, um monólogo, pois só eu falava, ele me interrompeu, colocando a mão na frente do meu rosto, quando olhei dentro dos olhos dele naqueles poucos segundo já percebi o viria por ali, calmamente com um sorriso sem graça no rosto e disse, - Rapazinho, o que você conhece sobre o amor? Respondi a ele que conhecia muito sobre o assunto, que já havia explorado coisas desconhecidas ao meu ver, coisas que gente tem medo de viver de verdade. - Sabe meu rapaz, não funciona assim, um dia o amor acaba. eu mesmo por exemplo, já fui casado duas vezes, estou indo para o terceiro casamento, tudo isso em menos de dez anos, uma hora o amor acaba, você já não olha para sua companheira da mesma maneira, o fervor dentro de seu peito no ínicio não é mesmo,é nessa hora que você precisa saltar fora, esquecer o que está lhe acontecendo,e viver sua vida, conhecer outras mulheres, outras pessoas. Aconteceu com a minha primeira esposa, tive uma filha com ela, mesmo sabendo que fazendo aquilo iria machucá-la, não consegui evitar, tive que ir viver, agora está acontecendo a mesma coisa, infelizmente estou deixando dois gêmeos de três anos, para viver em meu apartamento sozinho, com minha nova namorada.
O tempo começou a passar lentamente dentro da minha cabeça, tentei processar uma resposta coerente á altura do que aquele ridículo havia dito, não encontrava resposta além do que resolver aquilo do meu jeito. - Senhor, qual é a sua graça? -Imagine rapaz, pra quê cerimônias, senhor não, me chame de você. - Qual é o seu nome? -Meu nome é Claudinei, e você rapaz, como se chama? ... - Escuta aqui seu filho de uma puta com guarda noturno, as coisas não funcionam assim, não existe prazo de validade para o amor, você diz isso por que nunca viveu um amor de verdade, você não conhece nada! -Escuta aqui seu mal educadinho de uma figa... - Escuta aqui o que? Cala a boca, seu mal amado do caralho, vai se fuder!
Amigávelmente o segurança do banco pediu para eu me retirar de lá, dei as costas para ele, com aquele ar de desprezo, ele pode até ficar na fila e eu ter saído de lá, mais essa batalha ele perdeu, ficou com cara de tacho sem lavar que cozinhou doce de goiaba, enquanto eu saía de lá com meu sorriso do palhaço Coringa como diz o Lukas, todos olhavam para ele rindo outros olhavam com indiferença. Me atrasei demais por causa dessa discussão, mais sai com o meu dever cumprido, fiz o que era certo, tive que ir á outro banco, pegar outra fila enorme, mais valeu, cada segundo.
Imagino a dor que os familiares daquele infeliz devem sentir, acho que deve ser como um brinquedo, um objeto, você brinca com ele até enjoar, depois joga debaixo da cama, esquece, vai brincar com um novo. Imagino os filhos, a frustração dos pequenos, de não ter o pai dentro de casa, sorte deles se for assim, sempre arrumam substitutos que não substituem absolutamente nada, um estranho dentro da sua casa.
Banalizam o amor, banalizam-se as mulheres e os homens, se tornando objetos de prazer uns dos outros, gente assim não pensa ao meu ver,eu que tenho que tomar remédio pra loucura, depressão, e são eles que agem assim, feito loucos, insanos. Não quero mudar o mundo, não se pode mudar o mundo sozinho, sozinho nesse mundo você não é nada, não precisaria de uma revolução para fazer tudo isso mudar, bastava que cada um fizesse sua parte, compreensão,amor ao próximo, respeitar para que você seja respeitado, compaixão, confiança, parece tão fácil dizer tudo isso, pra mim é tão fácil ser assim, meu modo de agir é assim, naturalmente.
Pensativo mode onn, fui no centro ontem, ouvi coisas que eu não queria ouvir, não posso evitar é a vida, minha parte eu faço, conseqüentemente os outros fazem seus papéis, e quem sai ferido sou eu. Odeio falsos moralistas, puta que o pariu, defende o que é certo e faz o que é errado? Não tem como entender, graças a Deus, todos me condenam, mais é por ser o que eu sou, não durmo tranqüilo não! Mais eu faço o que eu quero, não sou um marionete de ninguém, não conto com nada que envolva outras pessoas além de mim, caminhar sozinho, aprontar, até que é bom, você corre, não precisa parar por nada, ruim é quando você para e vê que não tem ninguém do seu lado, ai você é obrigado a continuar assim, até a sorte, ou o azar, sorrir pra você.
"[...]Entendo seu silêncio meu pequenininho, não tem com quem conversar, alguém que realmente você pode contar, cê tá cercado de amigos que não são seus amigo, e isso não é bom, mais sua vó tá aqui pra te ouvir e ajudar, foi ela que me disse[...]"
...Eu nunca deixei de conversar com ela nesses nove anos, eu sempre gostei dos quadros de Delacróix.
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